Viagem marcada para o início do mês que vem, planeja, planeja e planeja…
Leva o carro para fazer revisão, olha a previsão do tempo, traça a melhor rota faz a mala, coloca roupas para ocasiões diversas como inundação, assistir ao Oscar e piquenique no parque. (Afinal de contas, nunca se sabe).
Tudo pronto, família no carro e lá vamos nós…
Viagem começa, dia bonito e logo tratamos de focar no trânsito e curtir a viagem???
Opção 01: Claro! Com certeza!!! (Coloca uma música boa aí!)
Opção 02: Não, Claro que não!!! (Será que vai acontecer???)
A primeira opção se trata de termos feito um bom planejamento e nos permitirmos aproveitar a viagem, cientes de que imprevistos poderão surgir, e assim que surgirem, e se surgirem, estaremos aptos a fazer o melhor que for possível, e por agora vamos nos concentrar no percurso, nas paisagens, na alegria de quem divide a viagem conosco e em toda experiência e entusiasmo da jornada.
A segunda opção se trata de esperar pelo pior, se trata da crença negativa que tudo pode dar errado, de que vai haver tempestade, de que o trânsito sempre será violento, de que vai faltar alguma coisa na mala, de que vamos errar o caminho, de que não vai dar tempo e de que o pneu vai furar!
Quase tudo na vida pode ser comparado com essas duas formas de seguir viagem!
Quantas pessoas passam a vida toda se preocupando com tudo e com todos, mesmo sabendo que fizeram tudo que era possível, sofrem desnecessariamente por antecipação, vivem em uma frequência de energia baixa, com problemas imaginários, crises que só elas enxergam, ameaças invisíveis e ilusórias; passam boa parte do tempo ansiosas com uma angústia que não dorme nunca, perdem o prazer da viagem, a alegria de viver os momentos, um de cada vez, quilômetro a quilômetro.
Essa dificuldade de diferenciar problema e preocupação faz com que muitas pessoas percam a motivação, o entusiasmo e a habilidade de encontrar soluções para o que de fato é um problema real, já que se desgastam e se machucam focando em algo que não aconteceu e que provavelmente nem irá acontecer.
Ah! Mas e a crença de que um sujeito prevenido vale por dois?
Utilizando o exemplo da viagem, todo o processo de planejar e verificar é se prevenir e precaver, o restante é perda de energia, aflição, conjectura e sofrimento por opção.
Quantos “pneus” você já achou que iriam furar ou explodir e nada disso ocorreu? Quantas vezes você se preocupou e desenhou em sua mente o pior cenário e nada de fato se concretizou?
Preocupações são como pneus que abraçamos com medo de que estes furem, e todo mal ocorra, por conseguinte, e assim perdemos toda beleza da viagem. É como prestar um concurso já pensando que não vai passar, é iniciar um projeto com foco nas piores possibilidades de resultado, é estar em um relacionamento imaginando a hora que tudo irá se desfazer e como será a melhor forma de juntar os caquinhos.
Se você muitas vezes se depara com o cenário proposto na “Opção 02” e sua rotina é repleta de perguntas como estas:
E se acontecer isso, ou aquilo?
E se não for como eu pensei ou gostaria?
E se fulano disser não, ou se disser sim?
E se beltrano não concordar ou não vier?
E se eu ficar doente ou der um branco?
E se o relógio não despertar ou o carro não ligar?
E se eu não passar ou não conseguir?
Reuni aqui algumas dicas para você melhorar a sua rotina e diminuir a ansiedade:
Se em sua jornada até aqui, você tem focado mais nas inúmeras possibilidades imaginárias e menos na beleza da paisagem, no riso das pessoas que dividem o trajeto com você e na possibilidade milagrosa de mudar a rota e descobrir novos caminhos, você certamente tem se dedicado mais às preocupações e menos às soluções.
Viver é basicamente não possuir a maioria das informações e ainda assim, fazer o melhor que pudermos, mantendo a fé e o entusiasmo, com a gratidão permanente e bonita de que tudo é um milagre!
Pare de “abraçar os pneus”, e aproveite a jornada!
Daiane Machado
Coach e Consultora Empresarial