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O que não está no seu RG?

Dedos coloridos de tinta de carimbo, uma pequena fila de espera, senha com agendamento médio para trinta dias, siglas e números para replicar em cadastros infinitos, plástico que amarelava e desgrudava em 24 horas, foto 3×4 que te nos fazia desenvolver técnicas ninjas de como apresentar documentos sem mostrar a foto!

Este é um pequeno resumo do que foi para muitos a saga do RG, desde o dia de sua emissão. Hoje em dia não tem dedos carimbados, tem modernidade e rapidez em certas ocasiões, a foto é feita na hora, no entanto, o restante dos quesitos e episódios permanecem os mesmos.

Você precisa de RG para quase tudo, este número te seguirá como um código de barras, que define a rastreabilidade dos produtos em supermercados. De modo simples é estabelecida uma definição numérica para distinguir uma pessoa da outra, para coisas cotidianas como matrículas, parcelamentos, matrimônios, e tudo mais.

Obstante ao universo prático e social, o documento que carregamos fala pouco de nós, do que realmente somos e queremos, do que sonhamos, do que gostaríamos de esquecer, do que deixaremos! Em um guichê de viagens por exemplo, estamos cheios de informações importantes e definitivas, de expectativas, de novos planos, ou de retorno e quando compramos a passagem a atendente com laço azul no cabelo e gravatinha, pergunta o RG e só! Claro, que na prática ela não pode perguntar nada além disso, já que não seria uma prática comercial muito ortodoxa e formaria uma fila imensa.

Metáforas são poderosas e possuem um poder incrível de nos fazer ver o mundo com outro olhar! Seria mágico e extremamente útil se houvesse um “RG” que mostrasse para o mundo qual é o nosso mundo interior, como está o nosso dia, quais são as nossas dores e o que temos superado! Se houvesse um documento assim os cadastros seriam de fato únicos e personalizados, cada um seria tratado conforme suas reais necessidades e os atendimentos e serviços prestados atingiriam a excelência! 

Não sabemos o que o outro leva na mala, qual é a sua bagagem de vida, por quais momentos o outro passou, desta forma, assim como a compra da passagem que é feita e carimbada apenas com o número de identificação, as pessoas se tratam e convivem, sem de fato saber o que o outro sonha, sente e vive!

Quando não sabemos quem somos e o que nos define estamos aptos a responder ao mundo apenas os dados que compõem o RG!

Nome Completo: Fulano de tal e pronto! Nosso nome carrega uma história que muitas vezes esquecemos de mencionar para nós mesmos! Passamos a repeti-lo de maneira corriqueira, por simples identificação, mas sem identidade! Ter um nome e saber qual é a nossa naturalidade é mais do que dizer sobrenome e localização de nascimento! Quando pronunciamos o nosso nome temos a oportunidade de reforçar e auto afirmar o que viemos fazer no mundo, qual a nossa missão e legado! O que entendemos daquilo que somos e parecemos ser para os outros e para os cadastros cotidianos nos faz revisitar nossa essência e nos motiva a ir além! Ir além da definição e crenças limitantes que carregamos ao longo da vida.

Tem uma música que diz que nada nos define: nossa casa, nossa condição, nada nos define, pois somos o nosso próprio lar! (Triste, Louca Ou Má de Francisco, El Hombre). Estes versos nos chamam a viver para aquilo que faz sentido para nós, fazer sentido é ter significado, ter significado é ter uma nomenclatura, ter uma nomenclatura é ser reconhecida por uma finalidade, ter uma finalidade é saber o que nos faz diferente, especial, com capacidades e características únicas.

Nas carteiras, bolsos e bolsas pelo mundo todo estão guardados documentos com foto e número, devidamente registrados e certificados de pessoas em potencial, com sonhos e habilidades de transformar realidades e cenários, de fazer mais do que o que cabe no itinerário, de ultrapassar as linhas e códigos sociais., mas que se definem apenas por nome, sobrenome e data de nascimento, sem sonhos vivos e coração que vibra!

Todos os dias nascemos e nos registramos para uma nova identidade, como uma segunda via daquilo que fomos ontem, de forma infinita e aberta! Carimbar o dedo ou tirar a foto na maquininha é apenas uma forma de deixar um registro no contexto dos cadastros e burocracias.

Deixar uma marca no mundo é fazer da vida uma digital única, como a que ficam eternas nos carimbos coloridos das repartições antigas. Quando percebemos nossa singularidade e efemeridade tudo passa a ter um sentido maior, quem não tem no RG, que não pode ser plastificado, que não cabe na carteira e no bolso, que não expira ou precisa de cópia autenticada.

Burocraticamente é mais fácil dizer quem somos e de onde viemos! Superação e Clareza é saber quem buscamos ser e onde queremos chegar!

Numa foto 3X4 não cabem todos os sorrisos que podemos oferecer, nem cabem as lágrimas! 

Do RG ao epitáfio há um intervalo maravilhoso para construirmos grandes e pequenas coisas, que serão nossa marca para o mundo, nosso real código de reconhecimento, nossa digital de vida! E se tudo der certo, ao contrário da foto com sorriso estranho que quase não deixamos ninguém ver, esta marca será gratificante mostrar ao mundo!

Qual é a sua identidade?

Qual é a digital que você quer carimbar na vida das pessoas?

O que o seu nome quer dizer?

#Identidade #Autoconhecimento #Legado

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